“Anda roda, desanda a roda que eu quero colher a flor. Aquela que for mais bela, com ela me abraçarei” (Brincadeira de roda, de Pelotas)
O primeiro passo para o início de uma aula de teatro é a formação da roda. Os corpos prontos e disponíveis em contato com outros corpos que irão se conhecer e desenvolver um processo único, com a “cara” e a necessidade daquele grupo. O mais interessante é que para que isso ocorra inúmeras vezes a roda é feita e desfeita para adequar-se aos objetivos da linguagem teatral.
A linguagem, por sua vez, é apresentada por meio do brincar e da troca constante. A metodologia adotada é a do jogo e, assim que instaurado, as habilidades são desenvolvidas para a construção do entendimento dos conceitos e, até mesmo, para o resultado cênico.
Acredito que brincar é verbo que gera ação, ação que gera movimento, movimento que possibilita a experimentação, experimentação que traz descoberta, descoberta que instiga a curiosidade, curiosidade que gera a repetição, repetição que busca o acordo, acordo que traz o outro como parceiro de jogo. Dentro desse raciocínio o ensino da linguagem precisa ser desenvolvido.
Podemos encontrar referenciais teóricos como: Marcos Bulhões, Maria Lúcia de Souza Barros Pupo, Jen-Pierre Ryngaert, Bertolt Brecht, etc. Mas, neste ensaio, terei como parceiras duas grandes jogadoras: Viola Spolin, que foi a grande pioneira na organização de um sistema chamado Jogo teatral. E também, Ingrid Dormien Koudela, que no Brasil, foi a responsável pela tradução do inglês da obra de Spolin, e de outras descobertas para trabalhar o teatro, tanto no ponto de vista do aluno, mas também, no processo formativo de profissionais ligados à pedagogia do teatro.
Podemos encontrar referenciais teóricos como: Marcos Bulhões, Maria Lúcia de Souza Barros Pupo, Jen-Pierre Ryngaert, Bertolt Brecht, etc. Mas, neste ensaio, terei como parceiras duas grandes jogadoras: Viola Spolin, que foi a grande pioneira na organização de um sistema chamado Jogo teatral. E também, Ingrid Dormien Koudela, que no Brasil, foi a responsável pela tradução do inglês da obra de Spolin, e de outras descobertas para trabalhar o teatro, tanto no ponto de vista do aluno, mas também, no processo formativo de profissionais ligados à pedagogia do teatro.
Foi a partir das contribuições teóricas dessas duas artistas que percebi como a diversidade de jogos tradicionais contém elementos imprescindíveis do teatro e que, partindo deles, é possível desenvolver um processo único, prazeroso, desafiador, instigante e inteligente. Para as duas autoras o jogo é o caminho para a apresentação da linguagem teatral porque nele pode ser encontrado os desafios de maneira gradativa, lúdica e com a possibilidade de encontrar caminhos diferentes para se dizer a mesma coisa.
Assim, volto a referir que a experimentação constante do jogo no processo de ensino, consegue trabalhar a tríade proposta por Ana Mae: fazer, contextualizar e apreciar. Já que os envolvidos são, ao mesmo tempo, atuantes e observadores e conseguem perceber o contexto por meio da ação constante.
E de uma simples roda vem o tudo e do tudo, o nada. Somos flores, pegadores, reis e bandidos que não se importam em abrir a roda e acolher o outro e, acolhendo o outro, acolhe-se também todo o seu repertório de vida que será respeitado e valorizado no processo de ir e vir constante, onde não se importa quem é o líder e nem o liderado, mas sim, que todos podem aprender tudo, inclusive o orientador, mas isso é uma nova história...
Elaine Ferreira
Atriz, pedagoga, artista educadora e pesquisadora de brincadeiras da cultura popular brasileira. Tem experiência no ensino da linguagem teatral na rede particular e pública, em projetos de ação cultural e, também, na formação de professores.
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